quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Passo a Passo

Um gato na Marinha. Um sociólogo na terra do vidro, por excelência a é. Realidades que se julgavam intangíveis ou mesmo jamais imaginadas assumem os contornos do concreto. As cidades possibilitam-nos esta mobilidade; mobilidade de estar, de pensar, de agir. E eu encontro-me de novo entrosado com elas, com as cidades, em estreita comunhão e dependência. Lisboa é a maior, ainda que não em todas as acepções, e em Lisboa ainda a FCSH. Não serei um pária urbano, se bem que consentidamente me vá perdendo (encontrando?) num rol delas. No meu sangue corre já o betuminoso, o cimento, a armação em ferro, o suor do quotidiano vivido no presente, passado e futuro. Sina ou fado previamente determinados, dir-se-ia; à asserção oponho-me com a opção da escolha, de um percurso traçado com escolhas à direita e à esquerda e para além da direita e da esquerda. Ao destino, sobreponho o conceito de construído. Porque creio que nada se mantém desembaraçado da inelutável, interminável, contínua jornada da construção social da realidade e da construção da realidade social; seja na esfera pública como na privada. O investimento incontornavelmente exigido; e o curso mantém-se. Trajectos…


(capa à 6.ª ed., Italo Calvino, 'As Cidades Invisíveis')


Prologue – Un vieux problème dans un monde nouveau

in Loïc Wacquant, ‘Parias Urbains

6 comentários:

  1. Nada hermético, Jacky. Antes disperso nessa malha difusa que as cidades são. Encontrado, seria a expressão mais firmemente 'de gratia' assente. Beijinhos. Há muito que por cá não te via. :p

    Depende... Têm de facto uma trama complexa. Mas nem tudo o que é complexo é complicado. Prefiro a óptica de as ver como 'cidades' felizes - ou onde essa felicidade se possibilita, num encaminhamento ligeiro mas em garante assumido. Beijinho, IGG. ;)

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  2. As cidades, hodiguitria... nas cidades troca-se o imaginável e o inimaginável...

    E mencionava eu acima trocas, ff...

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