sexta-feira, 8 de junho de 2007

Parto... (gérmen ou abalada ou os dois)

De manhã, sol nascido, dormia. À tarde decidiu-se a ir passear o cão. Ia silencioso pelo terreno ajardinado, sabia-o ainda de cor, cada esquina, cada banco de madeira ou acimentado, cada pedra de calçada que irrompia de um passeio embutido à força; ajardinado, sim, um pedaço de terra relvado com arbustos selvagens que formatam o caminho empedernido delimitando-o com ares de natureza não é um jardim; terreno ajardinado, fiquemos assim. Aqui o cão o levava pela trela, por vezes parava, outras estugava o passo numa qualquer direcção, pouco importava qual: ali conhecia-as todas. E assim ia, como iria o demente errático de uma estória que tão bem sabemos, sabemos pela replicação com que nos mergulham quando estamos ainda nas primeiras infâncias e pela impostura que têm de serem chamadas de embalar. Um qualquer quotidiano, o cão pela trela; o dono com a trela; ambos, enfim, atrelados e quem ousaria dizer quem a quem? A relva desponta brilhante brincando com o brilho que treluz da estação; Primavera, não é? é pois, mas a pergunta de retórica era precisa. Tal como o cão. Retórica. Não existe. Ou existe mesmo?

Temos de saber estar onde estamos. Devíamos...

Ghost Dance at Pine Ridge

2 comentários:

  1. Devíamos? Às vezes é difícil saber onde estamos, mesmo com mapas, bússolas, GPS, e outras quantas invenções modernas. Faz-se o pouco que se pode com o tanto que se tem...

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  2. Pois sim... na verdade quando muitos põem o cérebro ao serviço da tecnologia outros põem a tecnologia ao serviço do cérebro. Continua esse, confinado na nossa cabecinha, a ser o 'descodificador' por excelência; por isso, devíamos... ;)

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