sexta-feira, 17 de julho de 2009

Será para amanhã?


Não. Desta feita não é para amanhã. É para executar sem (grandes) indecisões, pragmático e peremptório. Já basta de deixar ao indefinido espaço de manobra, do qual depois me é cobrado o excedente. Adiar por este ou aquele motivo deixou de ser mote de (in)acção. Assumidos de bom grado compromissos vários, há então que cumpri-los e não ser aquele português tipicamente desenrasca do logo se vê. Cada hora conta, cada minuto poderá ser importante. As eventualidades do acaso (que não é o mesmo que fado, destino) serão as únicas a atrasar-me, fora isso serei implacável. Firme na certeza de que o fruto cultivado será colhido. Firme porque sim. Por mim. Por nós. Porque assim se quer em formas moldadas por uma intrínseca incontornabilidade. Se sabemos que podemos, porquê arriscar perdas que seriam infinitamente prejeduciais à nossa sanidade mental? Tolices. Há que fazer e não, justamente e só, pensar em fazer.

Icarus, Henri-Matisse


"É p'ra amanha
Bem podias fazer hoje
Porque amanha sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar

Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que nao faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual

É p'ra amanha
Bem podias viver hoje
Porque amanha quem sabe se vais ca estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo que penses que esta p'ra durar

Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Entao tu queres mas é tarde demais

É p'ra amanha
Deixa la nao facas hoje
Porque amanha tudo se ha-de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar

Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece nao consegues gostar
E do que gostas ja esta preenchido
"

'É p'ra Amanhã', António Variações

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