Aos seus quinze anos dançava ele com Nini. Ou dançava ela só para ele. Ou ainda, talvez, um pouco das duas coisas. Aos quinze anos não dançava com quem fosse, menos ainda que dançassem só para mim. Assim foi. Ou assim pareceu ser.
Mais de quinze anos em cima. Tudo diferente. Diferente também a perspectiva de encarar a vida. Crescer? Desenvolvemo-nos, dizem. A idade da adolescência pueril foi-se, esvaída, faz muito.
Hoje o tempo conta-se de outra memória. Quinze anos é uma demasia, mesmo sabendo que aos quinze anos os achava poucos e queria mais para ser gente; gente graúda, gente miúda a querer ser gente graúda.
Hoje, adulto, quero igualmente mais. Muito mais. A diferença porém, subtil mas certamente arremetida pela idade actual. A diferença é que querendo mais quer-se mais ainda que passe devagar num devagar mais devagar. Uma ténue diferença… no fundo é sempre o mais que conta, é o mais que queremos sempre mais num mais pautado por uma exigência vincada na(lguma) experiência de quem sente ou começa já por sentir o peso dos anos e que, a todo o custo, quer ver evitado os patamares que se seguem – as idades que não voltam atrás e que vão marcando de forma expressa as rugas de expressão.
Quinze anos… Permite-me agora o estatuto, algum, de uma idade irremediável e incontornavelmente adulta compactar em parte o tempo vivido, sem carência de justificações que, essas, seriam pueris.
Quinze, então, é o que eu quero – o que nós queremos, se assim é partilhado. Não, não quero que passe tudo depressa demais. Quero ter memórias onde me ancorar sem que a veloz velocidade do tempo interfira em demasia.
São quinze, sim. Serão outros tantos, por mim podiam inclusivamente ser contados em séculos de tempo real. Quero quinze e mais quinze e outros tantos quinze. Todos. Não se trata de fome esganada, antes, convenha-se, tratar-se-á de um desejo fortemente iluminado. Quinze, onde a dança, também ela, conquistou o seu território. Queria e quero, quinze vezes quinzes, dançar nesta partilha de experiências de vidas vividas; vivenciadas. Com a rotina e a novidade de cada batuque do tempo, a cada novo batuque seu. Sim, quinze. Outros quinze. Outros quinze e outros tantos. Tantos enquanto o Sol continuar a acalentar-nos; tantos enquanto o sorriso do luar nos abraçar na mais contínua das ternuras. Dois a quinze. Não quero melhor. Não o há. Até já, o tempo há-de voltar a recordar-nos neste espaço intemporal que vivemos. Quinze muitos. Quinze, pelo dois… Há pozinhos mágicos, feitos de pedaços de estrelas; a esses ninguém lhes desencripta o segredo… o segredo é esse: não desvendável, ainda que apreciado amiúde com vontade e fúria inabaláveis.
Mais de quinze anos em cima. Tudo diferente. Diferente também a perspectiva de encarar a vida. Crescer? Desenvolvemo-nos, dizem. A idade da adolescência pueril foi-se, esvaída, faz muito.
Hoje o tempo conta-se de outra memória. Quinze anos é uma demasia, mesmo sabendo que aos quinze anos os achava poucos e queria mais para ser gente; gente graúda, gente miúda a querer ser gente graúda.
Hoje, adulto, quero igualmente mais. Muito mais. A diferença porém, subtil mas certamente arremetida pela idade actual. A diferença é que querendo mais quer-se mais ainda que passe devagar num devagar mais devagar. Uma ténue diferença… no fundo é sempre o mais que conta, é o mais que queremos sempre mais num mais pautado por uma exigência vincada na(lguma) experiência de quem sente ou começa já por sentir o peso dos anos e que, a todo o custo, quer ver evitado os patamares que se seguem – as idades que não voltam atrás e que vão marcando de forma expressa as rugas de expressão.
Quinze anos… Permite-me agora o estatuto, algum, de uma idade irremediável e incontornavelmente adulta compactar em parte o tempo vivido, sem carência de justificações que, essas, seriam pueris.
Quinze, então, é o que eu quero – o que nós queremos, se assim é partilhado. Não, não quero que passe tudo depressa demais. Quero ter memórias onde me ancorar sem que a veloz velocidade do tempo interfira em demasia.
São quinze, sim. Serão outros tantos, por mim podiam inclusivamente ser contados em séculos de tempo real. Quero quinze e mais quinze e outros tantos quinze. Todos. Não se trata de fome esganada, antes, convenha-se, tratar-se-á de um desejo fortemente iluminado. Quinze, onde a dança, também ela, conquistou o seu território. Queria e quero, quinze vezes quinzes, dançar nesta partilha de experiências de vidas vividas; vivenciadas. Com a rotina e a novidade de cada batuque do tempo, a cada novo batuque seu. Sim, quinze. Outros quinze. Outros quinze e outros tantos. Tantos enquanto o Sol continuar a acalentar-nos; tantos enquanto o sorriso do luar nos abraçar na mais contínua das ternuras. Dois a quinze. Não quero melhor. Não o há. Até já, o tempo há-de voltar a recordar-nos neste espaço intemporal que vivemos. Quinze muitos. Quinze, pelo dois… Há pozinhos mágicos, feitos de pedaços de estrelas; a esses ninguém lhes desencripta o segredo… o segredo é esse: não desvendável, ainda que apreciado amiúde com vontade e fúria inabaláveis.
nude on a yellow sofa, 1926, henri matisse
“She lives on love street
Lingers long on love street
She has a house and garden
I would like to see what happens
She has robes and she has monkeys
Lazy diamond studded flunkies
She has wisdom and knows what to do
She has me and she has you
She has wisdom and knows what to do
She has me and she has you
I see you live on love street
Theres this store where the creatures meet
I wonder what they do in there
Summer sunday and a year
I guess I like it fine, so far
She lives on love street
Lingers long on love street
She has a house and garden
I would like to see what happens
La, la, la, la, la, la, la, la, la, la, la, la, la, la”
‘Love Street’, The Doors