Amanhã é outro dia. Amanhã. Amanhã, amanhã, amanhã… É escusado esperá-lo, nunca virá. É o seu destino, profecia que se cumpre nunca acontecendo. Até amanhã estamos ancorados ao hoje, hoje cujo destino é também igual: jamais ver o fim. Hoje. Repete-se, repete-se. Repete-se numa redundância perfeita. E o que foi ontem. Não se revive. Quanto muito recorda-se a custo de exercício de memória. Ontem, passado deixado para trás. Memória de hoje, fantasma de amanhã. Não vale a pena aguardar nem olhar para trás, agrilhoados ao relógio que se repete à força de conceitos deterministas. Não vale.
Der Rosenweg in Giverny, 1920-22, Claude Monet
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