domingo, 7 de outubro de 2007

E aos vinte...

... temos a mania que somos crescidos, gente adulta que faz por si própria e não quer saber ouvir pois que diz que não precisa nem doutrem nem de opiniões estranheiras aos seus egos.
No seio desta surdina atabalhoada dos pequenos reis crescidos, eis que surgem aqueles que crêem ter ainda muito por aprender, que podem ser bravos e orgulhosos, mas também humildes e modestos. Também estes nos vinte. Porém, sem a necessidade de cobrar ao mundo, como os demais empertigados, obra que lhes devesse. Esses sabem viver, procuram a vida ao invés de esperar que seja esta a vi ter consigo. É por isso que hão-de contar muitos mais vintes e muitas menos frustações: amam-me a si próprios, não narcísicos mas apolos comedidos: sabem do sol e da sombra. É por isso que as estrelinhas continuam a poeirar com os seus resíduos cósmicos estórias de brilho irreprimível...


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"Num dia frio de Inverno,
um grupo de porcos-espinhos tinha-se mantido unido
para se defender mutuamente do gelo
por meio do seu próprio calor. Mas ao mesmo tempo sentiram
os golpes dos seus picos o que os fez afastarem-se
uns dos outros. Quando a necessidade de se aquecerem
os aproximou de novo, o mesmo incoveniente ressurgiu,
de modo de bambaleavam entre os dois
sofrimentos."

'Parerga et paralipomena', Arthur Schopenhauer

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