É cada vez mais comum deparar-me com um relativamente novo fenómeno quando me passeio pela blogosfera. De facto é um mundo que nunca pára, em constantes alternâncias, pautada pela novidade e rápidas mudanças particularmente ao nível de conteúdos que vão surgindo em catadupa, numa sucessão virtualmente interminável. Por alguma razão nos chamam a gente da sociedade em rede, sociedade ou era da informação.
Todavia, a este não o encaro com bons olhos. Não por qualquer censura moral idiossincrática, antes por estrangular a originalidade e virtuoso individualismo/ multipluralismo que em regra é o constitutivo, que lhes determinava essa tal singularidade, do post publicado/ a publicar. Deve-se, esse estrangulamento da iniciativa individual, a qualquer coisa que denomino por fenómeno assente na predominância do copy/ paste.
O que me leva a questionar, sem qualquer ingenuidade de permeio, mas será que já (quase) ninguém escreve na blogosfera? Identifique-se, então, o fenómeno copy/ paste: You Tube; fácil para todos, para o menino e para a menina – auspicioso, o reclame.
Claro, cada um faz o que entende. E por entende leia-se o que quer. Realmente eu cá também só publico (devendo ler-se escrevo) o que me dá na ‘real’ gana.
Não deixa porém de se sentir um certo vazio, uma apurada insipidez difícil de ser apreciada, ao contemplar o rol de acumuladas publicações apresentando o início de um vídeo dotado de um símbolo e instrumento de visualização centrado em ‘play’ na (ainda) estática imagem. O vinco pessoal que matiza as publicações, nas suas mais diversas e variadas temáticas, é substituído por uma construção a prioristica que pouco – nada! – deve à estética das criações que diluem a sua especificidade na massificação; a blogosfera renega a sua identidade, logo as suas raízes de princípio (e causa?), numa serialização que me faz recordar e remeter para o século passado em que o standard parecia ser a lógica a seguir e, mais, a imperar. Percebo, e disso faço igualmente uso, que a imagem e uma doseada porção de ‘plágio’ consagrem, esclareçam e ajudem na compreensão e complemento de um post que expõe uma ideia, seja essa ideia qual for. Agora este fenómeno que mais é de substituição que de complemento ao post ‘personalizado’ levanta-me algum agravo. Um dos mais livres e abertos espaços de criação é castrado. E é-o pelos seus próprios autores/ editores. Pessoalmente lamento-o…
Longe de ser um juízo de facto, este post que redijo é mais enquadrável no juízo de valor. Termino-o portanto, uma vez que a minha opinião é mais uma entre largos milhares que doutro molde se podem permitir opinar. Menos ainda me cabe a tarefa do juízo como julgamento, insistindo que esta publicação, ao menos originalmente redigida, não ultrapassa o parco limite do juízo de valor; ou de opinião, como preferem determinados comunicadores para fazer valer como conceito e que, por motivos que extrapolam a presente publicação, não subscrevo – já que o considero assim erroneamente aplicado, tanto quanto desenquadrado do seu sentido específico; pois que conceito ultrapassa em bastante a mera qualidade substantiva ou adjectiva com que tem vindo a ser corriqueiramente, e mal, empregue e imposta.
Eu cá, teimoso. Escusar-me-ei a aderir. Mas se querem (quase) todos ser iguais na indiferença… que o sejam. Ultrapassa-me. You Tube copiado e colado, aqui não. Admitindo o complemento, em toda a humildade que me é devida, não admitirei a substituição pura do conteúdo singular, ou com maior exactidão, mais ou menos singular. Dixit. Porque não gosto de ver uma blogosfera ‘calada’. Um ‘Brave New World’, à Aldous Huxley, não fará aqui cruzada. Para estar ‘calado’, delete blog? yes – click.
Todavia, a este não o encaro com bons olhos. Não por qualquer censura moral idiossincrática, antes por estrangular a originalidade e virtuoso individualismo/ multipluralismo que em regra é o constitutivo, que lhes determinava essa tal singularidade, do post publicado/ a publicar. Deve-se, esse estrangulamento da iniciativa individual, a qualquer coisa que denomino por fenómeno assente na predominância do copy/ paste.
O que me leva a questionar, sem qualquer ingenuidade de permeio, mas será que já (quase) ninguém escreve na blogosfera? Identifique-se, então, o fenómeno copy/ paste: You Tube; fácil para todos, para o menino e para a menina – auspicioso, o reclame.
Claro, cada um faz o que entende. E por entende leia-se o que quer. Realmente eu cá também só publico (devendo ler-se escrevo) o que me dá na ‘real’ gana.
Não deixa porém de se sentir um certo vazio, uma apurada insipidez difícil de ser apreciada, ao contemplar o rol de acumuladas publicações apresentando o início de um vídeo dotado de um símbolo e instrumento de visualização centrado em ‘play’ na (ainda) estática imagem. O vinco pessoal que matiza as publicações, nas suas mais diversas e variadas temáticas, é substituído por uma construção a prioristica que pouco – nada! – deve à estética das criações que diluem a sua especificidade na massificação; a blogosfera renega a sua identidade, logo as suas raízes de princípio (e causa?), numa serialização que me faz recordar e remeter para o século passado em que o standard parecia ser a lógica a seguir e, mais, a imperar. Percebo, e disso faço igualmente uso, que a imagem e uma doseada porção de ‘plágio’ consagrem, esclareçam e ajudem na compreensão e complemento de um post que expõe uma ideia, seja essa ideia qual for. Agora este fenómeno que mais é de substituição que de complemento ao post ‘personalizado’ levanta-me algum agravo. Um dos mais livres e abertos espaços de criação é castrado. E é-o pelos seus próprios autores/ editores. Pessoalmente lamento-o…
Longe de ser um juízo de facto, este post que redijo é mais enquadrável no juízo de valor. Termino-o portanto, uma vez que a minha opinião é mais uma entre largos milhares que doutro molde se podem permitir opinar. Menos ainda me cabe a tarefa do juízo como julgamento, insistindo que esta publicação, ao menos originalmente redigida, não ultrapassa o parco limite do juízo de valor; ou de opinião, como preferem determinados comunicadores para fazer valer como conceito e que, por motivos que extrapolam a presente publicação, não subscrevo – já que o considero assim erroneamente aplicado, tanto quanto desenquadrado do seu sentido específico; pois que conceito ultrapassa em bastante a mera qualidade substantiva ou adjectiva com que tem vindo a ser corriqueiramente, e mal, empregue e imposta.
Eu cá, teimoso. Escusar-me-ei a aderir. Mas se querem (quase) todos ser iguais na indiferença… que o sejam. Ultrapassa-me. You Tube copiado e colado, aqui não. Admitindo o complemento, em toda a humildade que me é devida, não admitirei a substituição pura do conteúdo singular, ou com maior exactidão, mais ou menos singular. Dixit. Porque não gosto de ver uma blogosfera ‘calada’. Um ‘Brave New World’, à Aldous Huxley, não fará aqui cruzada. Para estar ‘calado’, delete blog? yes – click.
"A perfeição elimina o acontecimento - é esse o seu crime, o de desencadear a reprodução, a obediência a uma necessidade. Como é óbvio, não se trata de um crime assinalável, apenas os seus efeitos o são."
Silvina Rodrigues Lopes, in prefácio a 'O Crime Perfeito', Jean Baudrillard