Quantas vezes nos esquecemos, guardadas para nós num mutismo ignorante, de verbalizar coisas simples e tão simples que, amiúde, as temos como garantidas? Mais do que devíamos, creio. É fácil não lembrar, mesmo quando não esquecemos; humanos demasiado humanos, diria um mestre... Mesmo assim, nada é garantido; nem mesmo o dia de amanhã. Não se trata de um fatalismo obstruso, antes, quiçá, de uma realidade provável.
Apetece-me sair desse casulo do silêncio, dizer-te sem meias palavras o espéctaculo com que a natureza te prendou; e, noutra medida, a mim também. És linda, sabias? Nunca a memória se encerra na omissão do facto que se constata, mas prende a mente a sua exteriorização que tão afiançada guarda para si. Quero também que não te permitas a tamanho olvidamento, que saibas pelo meu saber o quão bela te acho, o quão bela és aos melhos olhos, o quão real é a tua beleza. Podias sugerir que é o meu olhar, deformado por imperfeições a si inerentes quanto a outras tantas que do exterior desfocam a lucidez de quem vê, mas sabes que não. Que mesmo no meu silêncio são estes meus olhos que te comunicam, num esgar ou vislumbre contínuo, o que a boca, menos por desleixo do que pela tácita certeza do facto, teima em excesso não enunciar ou exprimir com a clareza de quem fala imune a ruídos comunicantes. A tua face que enleia os meus sentidos, com os teus olhos melados a mel pintados, os teus lábios que permitem escapar um sorriso embriagante, a tua testa incapaz de esconder outra belezas ocultas, essas orelhas que são o refúgio dos ouvidos que me escutam, o teu nariz que me toca gelado numa imensidão de brasas. O teu corpo, que tão bem corresponde aos predicados dessa natural beleza, toscamente por mim descrita, como à que se constrói em torno de todo o teu eu. Porque ficam tantas vezes, demasiadas, por declarar as palavras que mereces e que tão bem te descrevem? Temos medo da repetição, o receio de babar palavras que assim se tornariam, tolo receio, banais. Consequência, calamos em excesso aquilo que não se deixa babar pela banalidade, esquecemo-nos que estamos esquecidos de dizer. Rompo com o vício desse círculo, exalto-te: és linda, sabias? És mesmo. Princesa no teu reino, não me esqueci.
É tão simples. Tão simples dizer que. Diz-lhe.
Apetece-me sair desse casulo do silêncio, dizer-te sem meias palavras o espéctaculo com que a natureza te prendou; e, noutra medida, a mim também. És linda, sabias? Nunca a memória se encerra na omissão do facto que se constata, mas prende a mente a sua exteriorização que tão afiançada guarda para si. Quero também que não te permitas a tamanho olvidamento, que saibas pelo meu saber o quão bela te acho, o quão bela és aos melhos olhos, o quão real é a tua beleza. Podias sugerir que é o meu olhar, deformado por imperfeições a si inerentes quanto a outras tantas que do exterior desfocam a lucidez de quem vê, mas sabes que não. Que mesmo no meu silêncio são estes meus olhos que te comunicam, num esgar ou vislumbre contínuo, o que a boca, menos por desleixo do que pela tácita certeza do facto, teima em excesso não enunciar ou exprimir com a clareza de quem fala imune a ruídos comunicantes. A tua face que enleia os meus sentidos, com os teus olhos melados a mel pintados, os teus lábios que permitem escapar um sorriso embriagante, a tua testa incapaz de esconder outra belezas ocultas, essas orelhas que são o refúgio dos ouvidos que me escutam, o teu nariz que me toca gelado numa imensidão de brasas. O teu corpo, que tão bem corresponde aos predicados dessa natural beleza, toscamente por mim descrita, como à que se constrói em torno de todo o teu eu. Porque ficam tantas vezes, demasiadas, por declarar as palavras que mereces e que tão bem te descrevem? Temos medo da repetição, o receio de babar palavras que assim se tornariam, tolo receio, banais. Consequência, calamos em excesso aquilo que não se deixa babar pela banalidade, esquecemo-nos que estamos esquecidos de dizer. Rompo com o vício desse círculo, exalto-te: és linda, sabias? És mesmo. Princesa no teu reino, não me esqueci.
É tão simples. Tão simples dizer que. Diz-lhe.
"Oh I, I just died in your arms tonight
It must have been something you said
I just died in your arms tonight
I keep looking for something I can't get
Broken hearts lie all around me
And I don't see an easy way to get out of this
Her diary it sits on the bedside table
The curtains are closed, the cats in the cradle
Who would've thought that a boy like me could come to this
Oh I, I just died in your arms tonight
It must've been something you said
I just died in your arms tonight
Oh I, I just died in your arms tonight
It must've been some kind of kiss
I should've walked away
I should've walked away
Is there any just cause for feeling like this?
On the surface I'm a name on a list
I try to be discreet, but then blow it again
I've lost and found, it's my final mistake
She's loving by proxy, no give and all take
'cos I've been thrilled to fantasy one too many times
[...]"
'(I Just) Died In Your Arms', Cutting Crew