terça-feira, 28 de julho de 2009

Timings

O tempo voa. O tempo escasseia. Os deadlines que pareciam ser de semanas, e assim tornados seguros, afinal são já para serem cumpridos amanhã ou depois. Haviam de ter sido cumpridos hoje. Aquela história de que o amanhã nunca vem só existe em conformidade com as conveniências do tempo.
Somos escravos dos nossos corpos, embargados pelos grilhões da nossa circunscrita capacidade neuronal. Faz-se o que se pode no seio desta barafunda abstrusa. Damos o nosso melhor ao largo deste universo de impostos. O nosso melhor.


"Are you aching for the blade
That's ok
We're insured
Are you aching for the grave
That's ok
We're insured

We're getting away with it
All messed up
Getting away with it
All messed up
That's the living

Daniel's saving grace
She's out in deep water
Hope he's a good swimmer

Daniel plays his ace
Deep inside his temple
He knows how to surf her

We're getting away with it
All messed up
Getting away with it
All messed up
That's the living

Daniel drinks his weight
Drinks like Richard Burton
Dance like John Travolta, now

Daniel's saving grace
He was all but drowning
Now they live like dolphins

Getting away with it
All messed up
Getting away with it
All messed up
That's the living
Getting away with it
Getting away with it
Getting away with it
That's the living
That's the living"

'Getting Away With It', James

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Que doce..." ou "To be..."

Dois posts. Dois que... Estou a adocicar a pilula - repito o texto lá de cima, áspero de imaginação. Hei-de engoli-la bem mais... austera?... nem sei bem... O mundo mostra-se bem diferente. Quem somos todos, indiferentes a outros e ademais... bahhh... 'd*-se. Muitas das vezes nem se vive mal... o inverso, mesmo. Bahhh...
Message ended. Dot. Vou voltar ao meu velho eu. Dot. Com 'ego' e 'alvo inibido'. Dot. Como sapientemente a seu tempo Freu escreveu "Quanto mais virtuoso é um homem, mais severo e desconfiado se torna em relação a si próprio, de tal modo que quem mais se aproxima da santidade mais se acusa dos piores pecados." Dot. Onde, então, poderemos nós próprios brilhar? Dot. Dot final. Fico a pensar no seu mal-estar - ou estando? - daquilo que assegura ser civilização. Dot. Agora é mesmo o 'dot' final. Dot.




You should have stayed at home... an' not only yesterday.

Absolutamente não

Não. Não pode ser. Não estarei. Não estaremos. Porém, de coração, que sejas bem... tu sabes... e eu também... sabemos os dois. Fica assim. A imagem é pesada. As letras, em palavras, admito, em nada ajudam. Está na palma da tua mão, das vossas mãos. Não irei. Já nos adorámos, recordas-te? Todavia, uma lembrança não move mundos. Talvez o teu. Espero, destituindo-se qualquer agoiro, que talvez o teu. Hedóneo, dar-me-ia esperança também. Schiu. Agora és tu. Não estou. Mas calo-me. Oiço as tuas promessas de felicidade. Que as cumpras.

Trompet, 1984, Jean-Michel Basquiat



O vento navega-te na pele. Nem sou eu que o digo. Daquele que quer saber a cor do céu. Tolices...

Não é não.

Desculpa. Mas assim é. Assim terá de ser...
Ponho uma imagem apócrifa. A letra, então essa, será dominadora; porém nada que te deseje...
Somos todos tão sentimentais? Freud diria que os instintos e a civilização... Não importa. Não me importa permanecerá a questão. Sem resposta, como eu gosto...

Christ, Dali



"I changed the World
I changed the World
I wan't to change the World

This ain't the way
I spend my mornings, baby
Come stai?

You've been with him,
And you've come back my lady
Hei, what's he like?
I just sit and watch the ocean
With myself even I do my own cookin'
You ca laugh there, you're forgiven, but
I'm no longer frightened to be livin'

Senza una donna
No more pain
and no sorrow
Senza una donna
I'll make it through tomorrow
Senza una donna
Givin me torture and bliss
Without a woman
Better like this

There is no way
That you can buy me, baby
Don't make fun
You got a dig, a little deeper, lady
In your heart
Yeah, if you have one
Here's my heart, feel the power
Look at me, I'm a flower
You can laugh, you're forgiven, but
I'm no longer frightened to be livin

'Chorus:...

Oooh, I stay here and watch the ocean
Don't know why, I keep on talkin'
You may laugh, you're forgiven, but
I'm no longer frightened, maybe

to be livin'Senza una donna...
Without a woman...
Senza una donna...
Without a woman...
Vieni qui!
Come on in
Senza una donna

I don't know what might follw
Senza una donna
Oh, maybe from tomorrow!
Senza una donna
Givin' me torture and bliss "

'Senza Una Donna' Zucchero & Paul Young

terça-feira, 21 de julho de 2009

Where to?

Hoje - ontem, tanto faz - fui tirar o passaporte. Vou sair, fugir daqui. Vou emigrar!


"You have a winning way, so keep it
Your future
You are an angel heading for the land of sunshine
And fortune is smiling upon you

Prepare for a series of comfortable miracles
From fasting to feasting
And life to you is a dashing bold adventure
So sing and rejoice
And look for the dream that keeps coming back
Your future
Pat yourself on the back and give yourself a handshake
Cuz everything is not yet lost

Does life seem worthwhile to you?
Does life seem worthwhile to you?

Here's how to order!

Yes, hmm hmm, now for the next question
Does emotional music have quite an effect on you?
Do you feel sometimes like age is against you?
Sing and rejoice and sing and rejoice
Yes, hmm hmm, that's interesting.
But tell me, do you often sing or whistle just for fun?
Do you feel sometimes like age is against you?
I, I can help - I can help you - I can help you - help yourself!

Does life seem worthwhile to you?
Does life seem worthwhile to you?

Here’s how to order!

Varicose
Comatose
Senile
"

'Land of Sunshine', Faith no More

domingo, 19 de julho de 2009

Contra os ponteiros

O dia a terminar. Objectivos ainda por cumprir. Há que... Se em Roma ser romano, em Esparta ser espartano.


despair, 1894, edvard munch



"Certas coisas de que não se quer abdicar, porque proporcionam prazer, não são ego mas sim objecto; por outro lado, certas causas de sofrimento que se pretende expulsar revelam-se, contudo, inseparáveis do ego por terem uma origem interna."

'O Mal-Estar na Civilização', Sigmund Freud

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Será para amanhã?


Não. Desta feita não é para amanhã. É para executar sem (grandes) indecisões, pragmático e peremptório. Já basta de deixar ao indefinido espaço de manobra, do qual depois me é cobrado o excedente. Adiar por este ou aquele motivo deixou de ser mote de (in)acção. Assumidos de bom grado compromissos vários, há então que cumpri-los e não ser aquele português tipicamente desenrasca do logo se vê. Cada hora conta, cada minuto poderá ser importante. As eventualidades do acaso (que não é o mesmo que fado, destino) serão as únicas a atrasar-me, fora isso serei implacável. Firme na certeza de que o fruto cultivado será colhido. Firme porque sim. Por mim. Por nós. Porque assim se quer em formas moldadas por uma intrínseca incontornabilidade. Se sabemos que podemos, porquê arriscar perdas que seriam infinitamente prejeduciais à nossa sanidade mental? Tolices. Há que fazer e não, justamente e só, pensar em fazer.

Icarus, Henri-Matisse


"É p'ra amanha
Bem podias fazer hoje
Porque amanha sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar

Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que nao faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual

É p'ra amanha
Bem podias viver hoje
Porque amanha quem sabe se vais ca estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo que penses que esta p'ra durar

Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Entao tu queres mas é tarde demais

É p'ra amanha
Deixa la nao facas hoje
Porque amanha tudo se ha-de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar

Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece nao consegues gostar
E do que gostas ja esta preenchido
"

'É p'ra Amanhã', António Variações

quarta-feira, 15 de julho de 2009

"What is it? It's it."

Hoje estive a ouvir umas músicas.



"Can you feel it, see it, hear it today?
If you cant, then it doesn't matter anyway
You will never understand it cuz it happens too fast
And it feels so good, it's like walking on glass

It's so cool, its so hip, it's alright
It's so groovy, it's outta sight
You can touch it, smell it, taste it so sweet
But it makes no difference cuz it knocks you off your feet

You want it all but you cant have it

It's cryin, bleedin, lying on the floor
So you lay down on it and you do it some more
You've got to share it, so you dare it
Then you bare it and you tear it

You want it all but you cant have it
It's in your face but you can't grab it

It's alive, afraid, a lie, a sin
It's magic, it's tragic, it's a loss, it's a win
It's dark, it's moist, it's a bitter pain
It's sad it happened and it's a shame

You want it all but you can't have it
It's in your face but you can't grab it

What is it?
It's it
What is it?

It's it
What is it?
It's it"

'Epic', Faith No More

terça-feira, 7 de julho de 2009

Quadragésima primeira ternura

Foi igualmente numa terça-feira. Primeiro o salmão nos pratos a acicatar-nos o apetite. Depois a conversa mansa de uma ternura partilhada. O sono que surgia, contrariando as noites brancas. Os afagos surgiram, tímidos. Mais tímidos ainda os primeiros beijos na tua face embevecida. Lua e estrelas brilharam sôfregas ao ritmo da nossa partitura que fazia despertar um amor contido mas que se via abençoado.
Hoje, outra terça-feira, Lua e estrelas não brilharão mais contidas nem envergonhadas. Galoparão os seus raios de luz em nossa direcção, reiterando o mistério que nos envolve e que só nós conhecemos ou entrevemos com um sorriso rasgado. É como um ritual, que mantém acesa a chama do mito. Sabes, em todo o mito há uma ponta de verdade. E esta cerimónia que nos exalta nunca é esquecida. Porque esquecer(mo-nos)não consta do nosso dicionário.
Nessa terça-feira, a outra, como nesta, o amor chamou-nos pelo nome. E uniu o que não devia estar apartado num afastamento que se viu, por fim, findado. A harmonia de uma harpa celestial prossegue na sua investidura de trajectos, nossos, determinados a uma eloquência bem-fadada.



"You thought that it could never happen
To all the people that you became,
Your body lost in legend, the beast so very tame.
But here, right here,
Between the birthmark and the stain,
Between the ocean and your open vein,
Between the snowman and the rain,
Once again, once again,
Love calls you by your name.

The women in your scrapbook
Whom you still praise and blame,
You say they chained you to your fingernails
And you climb the halls of fame.
Oh but here, right here,
Between the peanuts and the cage,
Between the darkness and the stage,
Between the hour and the age,
Once again, once again,
Love calls you by your name.

Shouldering your loneliness
Like a gun that you will not learn to aim,
You stumble into this movie house,
Then you climb, you climb into the frame.
Yes, and here, right here
Between the moonlight and the lane,
Between the tunnel and the train,
Between the victim and his stain,
Once again, once again,
Love calls you by your name.

I leave the lady meditating
On the very love which i,
I do not wish to claim,
I journey down the hundred steps,
But the street is still the very same.
And here, right here,
Between the dancer and his cane,
Between the sailboat and the drain,
Between the newsreel and your tiny pain,
Once again, once again,
Love calls you by your name.

Where are you, Judy, where are you, Anne?
Where are the paths your heroes came?
Wondering out loud as the bandage pulls away,
Was I, was I only limping, was I really lame?
Oh here, come over here,
Between the windmill and the grain,
Between the sundial and the chain,
Between the traitor and her pain,
Once again, once again,
Love calls you by your name
"

'Love Calls You by Your Name', Leonard Cohen