quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Milano

- Desinteressante, feia, sem nada para se ver.
- Logo se vê...


"Ninguém sabe melhor do que tu, sábio Kublai, que nunca se deve confundir a cidade com o discurso que a descreve."

'As Cidades Invisíveis', Italo Calvino

sábado, 18 de novembro de 2006

Refutando...

- Não gosto de lágrimas.
- O amor chora alegria.



I try to laugh about it
Cover it all up with lies
I try and Laugh about it
Hiding the tears in my eyes
'cause boys don't cry
Boys don't cry


Boys don’t cry’, The Cure

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Dá-me música

Uns pregos, uma água com gás e um chocolate quente, não excessivamente dispendiosos, são justificativo suficiente para se reservar mesa no Arena Lounge do Casino de Lisboa durante os concertos. E este, Toranja, jusficava-o mais ainda. Confortavelmente sentados, entretidos ao som de sons acima do razoável.

Nada de muito espectacular, mas que baste para agradar rompendo com algumas rotinas quotidianas entediantes algumas vezes acompanhadas por pensamentos, em demasia presentes, incipientes e algo mórbidos; vicissitudes provenientes de matérias que aqui não cabem nem pertencem. A companhia, como habitual, rompia igualmente com tais pensares e acometia-se calorosa; diria mesmo indispensável, inimpensável sua ausência. Também como habitual, soma mais ‘pontos’ que o próprio concerto ou qualquer outra prática.

Legitimada, então, a ida foquemo-nos no espectáculo ofertado em si. Simpático e caloroso, repita-se; nada de espectacular, como mencionado. Todavia, bem interessante para uma segunda-feira à noite em que fomos prendados com quase duas horas de músicas e um vasto leque de piadas sem piada. Mas na verdade os senhores esforçaram-se, culminando numa sessão francamente positiva. Pena foi o convidado especial surpresa, que por uma questão ética me recuso nomear, que ia corrompendo o entretém expectado; felizmente não se demorou, cingindo-se a acompanhá-los em apenas dois temas – presença, porém, escusada…
Como o segundo, Segundo, me parece bem mais fraco que o primeiro, torna-se normal que os momentos mais elevados fossem aqueles consagrados às músicas do primeiro de originais. A deficiente dicção de quem cantava e a medíocre acústica (do espaço ou móbil do hardware de sonorização? ou as duas em simultâneo?) foi secundarizada pela dinâmica com que, mais no final, percorria o interior da arena.
Surpreendeu, contudo, o vasto leque de presenças na assistência que cobria quer o piso do Arena Lounge como os dois pisos superiores que o rodeiam em espécie de anel. E como o casino apresenta um bonzito sistema de escoamento de gentes, foi breve e sem confusões de maior o abandono do espaço com destino ao ninho que, ávido, aguardava por alguns.

Haverá mais uma série de concertos no decorrer das próximas, ainda consideráveis, semanas. Tendo sido uma experiência por si interessante, lá regressarei nalgumas segundas feiras em que decorrerão outros eventos do género. Quem já gostava deste tipo de concertos no Casino do Estoril, certamente terá apreciado – quanto ainda irá apreciar – o que aqui ocorreu, dado que o espaço é ainda mais acolhedor que o seu homónimo da Linha.

Quanto ao resto da noite, guardo os pormenores para mim. Pouco importariam aos que os lessem, supremos para quem os vivenciou. Digo eu…

© IGG


Aconteceu...
e por me teres feito cego
recordo o sabor da tua pele
e o calor de uma tela
que pintámos sem pensar.
Ninguém perdeu,
e enquanto o ar foi cego
despidos de passados
talvez de lados errados
conseguiste-me encontrar.

Foi dança
foram corpos de aço
entre trastes de guitarras
que esqueceram amarras
e se amaram sem mostrar.
Foi fogo
que nos encontrou sozinhos
queimou a noite em volta
presos entre chama à solta
presos feitos para soltar...

Estava escrito
E o mundo só quis virar
a página que um dia se fez pesada

E o suorque escorria no ar
no calor dos teus lábios
inocentes mas sábios...
no segredo do luar.
Não vai acabar
Vamos ser sempre paixão
Vamos ter sempre o olhar
Onde não há ninguém
Dei-te mais...! Valeu a pena voar...

Estava escrito
E a noite veio acordar
a guerra de sentidos travada num céu

Nem por um segundo largo a mão
da perfeição do teu desenho
e do teu gesto no meu...
foi como um sopro estranho...
...e aconteceu...

És noite em mim,
És fogo em mim.
És noite em mim.


Fogo e Noite’, Toranja


Ah, a noite… E como nela tudo se torna (quase) perfeito…

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Sono

- Dorme comigo.
- Só em sonhos. Zzz… Até amanhã.


Photobucket - Video and Image Hosting


Love don't need to find a way
You find your own way
I forget that I can't stay
And so I say that
All roads lead to where you are
All roads lead to where you are

The seed is spilled, the bed defiled
For you, a virgin bride
Hide yourself in someone else
Don't find yourself in me

I can't lift you up again
Love comes tumbling down again

Love don't need to find a way
You find your own way
I forget that you can stay
And so I say that
All roads lead to where you are
All roads lead to where you are


Love Comes Tumbling’, U2

Alvitre

O amor é sério. Mas não façam caso.

nude study, 1908, henri matisse


Spy on me baby use satellite
Infrared to see me move through the night
Aim gonna fire shoot me right
Aim gonna like the way you fight
And I love the way you fight...


Sex Bomb’, Tom Jones

terça-feira, 7 de novembro de 2006

estado nascente

Em nove meses, período padronizado, um embrião desenvolver-se-á até ao estádio último que se concretiza pelo nascimento de um novo ser, completo. Reifica-se o princípio da vida, o recomeço de algo concebido em momento pretérito. Reifica-se pelo rito, mantendo acesa a chama do mito, reifica-se a glória do que é a vida e o seu eterno recomeço; renascer, continuando para e nas futuras etapas. Assim se glorifique o belo, pela transformação, adaptação e pelo seu percurso em constante caminhada na busca do perfeito ou ao que a si mais se assemelha.
É-se quase perfeito em instantes num mundo e corpos contextualizados pela imperfeição das suas existências e quotidianos vividos. Quase perfeito, roçando-a de perto…


Photobucket - Video and Image Hosting


"Ai se eu disser que as tremuras
Me dão nas pernas, e as loucuras
Fazem esquecer-me dos prantos
Pensar em juras

Ai se eu disser que foi feitiço
Que fez na saia dar ventania
Mostrar-me coisas tão belas
Ter fantasia

E sonhar com aquele encontro
Sonhar que não diz que não
Tem um jeito de senhora
E um olhar desmascarado
De céu negro ou céu estrelado, ou Sol
Daquele que a gente sabe.

O seu balanço gingado
Tem os mistérios do mar
E a certeza do caminho certo que tem a estrela polar.
Não sei se faça convite
E se quebre a tradição
Ou se lhe mande uma carta
Como ouvi numa canção

Só sei que o calor aperta
E ainda não estamos no verão.
Quanto mais o tempo passa
Mais me afasto da razão
E ela insiste nopasseio à tarde
Em tom de provocação

Até que num dia feriado
P´ra curtir a solidão
Fui consumir astristezas
P´ró baile do Sr. João

Não sei sefoi por magia
Ou seria maldição
Dei por mim rodopiando
Bem no meio do salão

Acabei no tal convite
Em jeito de confissão
E a resposta foi tão doce
Que a beijei com emoção
Só que a malta não gritou
Como ouvi numa canção
"

'Namoro II', Trovante